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domingo, 22 de abril de 2012

Novos dentes a partir de Células Tronco

Brasil quer produzir célula-tronco em escala comercial

BRASÍLIA – O Ministério da Saúde anunciou investimento de R$ 15 milhões em pesquisa e produção de células-tronco em escala comercial. Parte dos recursos - R$ 8 milhões - irá para a conclusão de oito centros nacionais de terapia celular. O restante será aplicado em pesquisas na área, com editais previstos para este ano.

A ideia do governo é ampliar o uso terapêutico das células-tronco em pacientes da rede pública de saúde, como em casos de recuperação do coração, movimento das articulações e tratamento de esclerose múltipla. Outro objetivo é dar condições aos centros nacionais de produzir quantidade suficiente para abastecer os hospitais públicos e particulares, que dependem, na maioria dos casos, de material importado.

Três centros já funcionam - em Curitiba (PR), Salvador (BA) e Ribeirão Preto (SP). O trabalho mais avançado é o da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná, que já tem células-tronco adultas e aguarda o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para produzir em escala comercial.

O uso de células-tronco derivadas da médula óssea apresenta bons resultados no tratamento de doenças no sangue, como leucemia e anemias, de acordo com o Ministério da Saúde.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Divulgação do Blog :)

Células-tronco na reconstrução óssea

A equipe do Centro de Estudos do Genoma Humano (CEGH) da USP, liderada por Maria Rita-Passos Bueno e Mayana Zatz, está testando diferentes fontes de células-tronco retiradas do próprio organismo capazes de acelerar a reconstrução de ossos.

A técnica pretende aumentar a eficiência no tratamento de doenças de difícil regeneração, como a osteoporose, que causa a perda da massa óssea e, com isso, aumenta a fragilidade dos ossos e o risco de fraturas.

De acordo com a pesquisadora Mayana Zatz, "o intuito da pesquisa é utilizar células tronco para acelerar a reconstrução de ossos que sofreram alguma fratura ou má-formação, como ocorre com bebês que nascem com alterações craniofaciais", afirma.

O estudo intitulado Perspectiva de um futuro tratamento para osteoporose ou outras doenças ósseas com base em células tronco foi desenvolvido pelas pesquisadoras do Centro do Genoma da USP Tatiana Jazedje da Costa Silva e Daniela Franco Bueno.

Variedade de células-tronco

Durante o desenvolvimento do estudo foram colhidas amostras de células-tronco provenientes de diversos tecidos humanos.

Num primeiro momento, foram coletadas células-tronco de tecidos extraídos do organismo, como polpa de dente de leite, tecido adiposo - descartado em cirurgias , principalmente em procedimentos de lipoaspiração - e tecido muscular do lábio - descartado em cirurgias corretivas.

Posteriormente, a equipe do CEGH testou o potencial de células-tronco das trompas de falópio - canais que ligam os ovários ao útero - e comprovou a alta concentração deste tipo de célula no órgão feminino.

"A vantagem desta descoberta é que como a osteosporose atinge majoritariamente as mulheres idosas, devido às perdas hormonais da menopausa, pode-se agora regenerar osso fraturado com os próprios recursos físicos do paciente", relata Mayana.

Reconstrução óssea com células-tronco

Após retirar as células-tronco do organismo e mensurar seu potencial em regenerar osso, são realizados testes em laboratório (in vitro) para determinar se estas células podem ou não formar tecido ósseo.

Após isso, para comprovar a eficiência do método, comparou-se a evolução na reconstrução óssea de dois grupos distintos de ratos, um com o implante de células-tronco e outro, sem implantes, em condições normais.

Por meio deste teste in vivo, constatou-se que os ratos que possuíam a membrana com células-tronco tiveram uma regeneração muito mais acelerada do osso fraturado, do que os ratos que não possuíam as células-tronco.

Nos experimentos, além das células-tronco, também foram utilizados moldes que servem como suporte para que as células-tronco se fixem antes de serem aplicadas nos modelos animais e que auxiliam no processo de ossificação.

O próximo passo é submeter a pesquisa ao Conselho Nacional de Ética em Pesquisas, para que se possa iniciar os testes em seres humanos.

Reconstrução óssea na odontologia com Células Tronco

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Entenda a polêmica sobre a pesquisa com células-tronco

Células-tronco são como curingas, ou seja, células neutras que ainda não possuem características que as diferenciem como uma célula da pele ou do músculo, por exemplo.

Essa capacidade em se diferenciar em outros tecidos têm chamado a atenção dos cientistas. Cada vez mais pesquisas mostram que as células-tronco podem recompor tecidos danificados e tratar um infindável número de problemas, como alguns tipos de câncer, o mal de Parkinson e o de Alzheimer, doenças degenerativas e cardíacas ou até mesmo fazer com que pessoas que sofreram lesão na coluna voltem a andar.

Por enquanto, sobram esperanças e faltam pesquisas que, embora aceleradas, ainda estão em estágio inicial. E aí está a briga dos cientistas --obter espaço dentro da lei para manipular embriões em busca de células-tronco.



Por que precisa de embrião?

Basicamente, há dois tipos de células-tronco: as extraídas de tecidos maduros de adultos e crianças ou as de embriões.

No caso das extraídas de tecidos maduros --como, por exemplo, o cordão umbilical ou a medula óssea--, as células-tronco são mais especializadas e dão origem a apenas alguns tecidos do corpo.

Já as células-tronco embrionárias cada vez se mostram mais eficazes para formar qualquer tecido do corpo. Esta é a razão pela qual os cientistas desejam tanto pesquisar estas células para possíveis tratamentos. O problema é que, para extrair a célula-tronco, o embrião é destruído.

Segundo os cientistas, seriam usados apenas embriões descartados pelas clínicas de fertilização e que, mesmo se implantados no útero de uma mulher, dificilmente resultariam em uma gravidez. Ou seja, embriões que provavelmente nunca se desenvolverão.

Porém, essa idéia esbarra na oposição de setores religiosos e grupos anti-aborto que consideram que a vida começa no momento da concepção.

Para tornar a questão ética ainda mais complexa, o implante de células-tronco seria mais eficaz se extraído de um embrião clonado do próprio paciente, pois evitaria o risco de rejeição. Esse procedimento só não serviria para pessoas que apresentam doenças genéticas.

Que avanços as pesquisas científicas com células-tronco podem trazer para a medicina?


As células-tronco podem ser utilizadas para substituir células que o organismo deixa de produzir por alguma deficiência, ou em tecidos lesionados ou doentes. As pesquisas com células-tronco sustentam a esperança humana de encontrar tratamento, e talvez até mesmo cura, para doenças que até pouco tempo eram consideradas incontornáveis, como diabetes, esclerose, infarto, distrofia muscular, Alzheimer e Parkinson. O princípio é o mesmo, por exemplo, do transplante de medula óssea em pacientes com leucemia, método comprovadamente eficiente. As células-tronco da medula óssea do doador dão origem a novas células sangüíneas sadias.



Tratamento com Células Tronco em Animais

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Equipe reunida com o professor Iolando

Aplicação de células-tronco na Terapia Periodontal

Estudos sobre células-tronco estão ampliando os conhecimentos
sobre como o organismo se desenvolve a partir de
uma única célula e como células saudáveis substituem
células com danos em organismo adultos. Dessa forma, surge a
possibilidade de terapias baseadas em células para o tratamento
de diversas doenças sistêmicas como diabetes, doenças degenerativas
entre outras. As células-tronco também podem ser
denominadas células estaminais ou células-mãe. São células indiferenciadas
que possuem propriedades de serem precursoras
e capazes de originar vários tipos celulares e também de autorenovação
ilimitada .
A legislação brasileira para estudos com células-tronco é rígida
e limitada, só podem ser feitos apenas em células-tronco
obtidas a partir de sangue do cordão umbilical ou da medula
óssea, estudos com célula-tronco de origem embrionária não
são permitidos segundo a Lei de Biossegurança de nº 11.105.
Esta lei que em 24/03/2005 foi aprovada pelo Senado e possuía
um artigo que permitia a pesquisa em células-tronco de embriões
obtidos por fertilização in vitro e congelados há mais de três
anos ou também embriões inviáveis. Mas, para que o estudo
fosse feito, os pais deveriam autorizar a pesquisa expressamente
e também ser aprovado pelo comitê de ética caso fosse realizado
em instituições. Também dizia que fica vedada a comercialização
do material biológico (Lei de Biossegurança de nº 11.105,
Código Civil, 2002).
Considerando a área de Odontologia de uma forma mais
ampla, existem diversos estudos que apontam para a possibilidade
de formação de uma nova estrutura dentária a partir de
células-tronco ou de células do germe dentário .
Já em estudos na área da Periodontia propriamente dita, alguns
estudos mostram que as células do ligamento periodontal
possuem propriedades semelhantes a células-tronco, como autorenovação
e multipotencialidade e também expressam alguns
marcadores para células-tronco mesênquimais, portanto tais
células do ligamento podem ser usadas para procedimentos regenerativos
periodontais . Células-tronco mesênquimais
transplantadas podem sobreviver e se diferenciar em
células-tronco do tecido periodontal, resultando numa melhora
na regeneração tecidual .
Com o desenvolvimento de técnicas de identificação e isolamento
de células-tronco viáveis no próprio ligamento periodontal,
a Odontologia regenerativa sofreu um grande avanço
e já é possível considerar o uso das células-tronco como um
novo tratamento para as seqüelas em conseqüência de algumas
doenças periodontais.
Rev. bras. odontol., Rio de Janeiro, v. 65, n. 1, p.126-130, jan./jun. 2008
ARTIGO ORIGINAL

Tratamentos com Células Tronco

Células-tronco caçam e matam vírus da Aids: Geneticamente modificadas, as células poderiam ser a tão esperada cura da doença

Uma pesquisa da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, mostra que células-tronco podem ser geneticamente modificadas e transformadas em “guerreiras” para caçar e matar o vírus do HIV. Os cientistas responsáveis esperam que a descoberta possa ajudar a erradicar completamente a doença do organismo de pacientes infectados.

Para isso, foi identificada e isolada uma substância em leucócitos que os torna capazes de combater infecções. No entanto, como a quantidade de leucócitos que uma pessoa tem no organismo não é suficiente para acabar com o HIV, pesquisadores clonaram essa substância receptora e a colocaram em células-tronco geneticamente alteradas.

Então essas novas células foram implantadas em ratos de laboratório doentes, permitindo que eles estudassem a reação do tratamento em um organismo vivo. Como esperado, as “guerreiras” identificaram e caçaram, especificamente, as células infectadas com HIV. Quando isso aconteceu, os níveis de leucócitos do rato também aumentaram, deixando seu sistema imunológico mais forte e combatendo a doença com mais eficácia.

De acordo com o responsável pela pesquisa, Scott G Kitchen, esse é o primeiro passo em direção a um tratamento mais intenso, que irá fazer com que células tronco e leucócitos sejam capazes de livrar um organismo infectado do HIV.

por Redação Galileu

Estudo usa células-tronco em nova técnica para rejuvenescer


Vinte mulheres com idades entre 55 e 65 anos serão as primeiras pessoas a testarem, no Rio, uma nova técnica de preenchimento facial. Os enxertos que serão implantados nos rostos vão ser produzidos com células-tronco de gordura retirada das próprias pacientes em lipoaspirações. O estudo é desenvolvido pelo Instituto Ivo Pitanguy.

A técnica promete atenuar a perda de volume característica do processo de envelhecimento e até reparar problemas parecidos causados por doenças ou traumas. Segundo a pesquisadora-chefe do instituto, Natale Gontijo, o uso de células-tronco nos enxertos pode ser mais eficaz para os resultados de longo prazo. "A expectativa é que a célula-tronco se diferencie em mais tecido adiposo e em vasos sanguíneos que nutrirão a gordura", diz.

A técnica será testada em pacientes já selecionadas, da Santa Casa da Misericórdia, que serão divididas em dois grupos: um receberá enxerto de gordura comum e o outro, enxerto rico em células-tronco. Os dois grupos serão acompanhados para comparação. Tanto a gordura quanto as células-tronco virão das próprias pacientes, que serão submetidas a uma lipoaspiração na barriga.

O material para os enxertos são retirados da gordura lipoaspirada. Uma parte dessa gordura passa por um processo de lavagem, e a outra, por uma centrifugação.

"A lavagem separa a célula de gordura do sangue e de outros componentes, mas causa muita perda de célula-tronco.Já a centrifugação destrói muitas células de gordura, mas isola as células-tronco presentes no tecido adiposo. Em três minutos tenho as células-tronco à mão", ressalta Natale.

Para fazer os enxertos, a pesquisadora une as duas amostras e, com uma seringa, as implanta no rosto da paciente. Segundo ela, o resultado é permanente, natural e com risco mínimo de rejeição.

"Ao contrário das células-tronco embrionárias, as células-tronco adultas parecem não oferecer risco de formação de tumores", disse.

Outra vantagem apontada pelas pesquisadora é a rapidez do procedimento, que poderá ser feito em 30 minutos.







Tratamento com Células Tronco na Odontologia

O que são Células-Tronco


Células-tronco são as células com capacidade de auto-replicação, isto é, com capacidade de gerar uma cópia idêntica a si mesma e com potencial de diferenciar-se em vários tecidos.


Quanto a sua classificação, podem ser:

- Totipotentes, aquelas células que são capazes de diferenciarem-se em todos os 216 tecidos que formam o corpo humano, incluindo a placenta e anexos embrionários. As células totipotentes são encontradas nos embriões nas primeiras fases de divisão, isto é, quando o embrião tem até 16 - 32 células, que corresponde a 3 ou 4 dias de vida;

- Pluripotentes ou multipotentes, aquelas células capazes de diferenciar-se em quase todos os tecidos humanos, excluindo a placenta e anexos embrionários, ou seja, a partir de 32 - 64 células, aproximadamente a partir do 5º dia de vida, fase considerada de blastocisto. As células internas do blastocisto são pluripotentes enquanto as células da membrana externa destinam-se a produção da placenta e as membranas embrionárias;

- Oligotentes, aquelas células que se diferenciam em poucos tecidos;

- Unipotentes, aquelas células que se diferenciam em um único tecido.

Constitui um mistério para os cientistas a ordem ou comando que determina no embrião humano que uma célula-tronco pluripotente se diferencie em determinado tecido específico, como fígado, osso, sangue etc. Porém em laboratório, existem substâncias ou fatores de diferenciação que quando são colocadas em culturas de células-tronco in vitro, determinam que elas se diferenciem no tecido esperado. Um estudo está sendo desenvolvido pela USP para averiguar o resultado do contato de uma célula-tronco com um tecido diferenciado, cujo objetivo é observar se a célula-tronco irá transformar-se no mesmo tecido com que está tendo contato. As células-tronco da pesquisa foram retiradas de cordão umbilical.


Quanto a sua natureza, podem ser:

Adultas, extraídas dos diversos tecidos humanos, tais como, medula óssea, sangue, fígado, cordão umbilical, placenta etc. (estas duas últimas são consideradas células adultas, haja vista a sua limitação de diferenciação). Nos tecidos adultos também são encontradas células-tronco, como medula óssea, sistema nervoso e epitélio. Entretanto, estudos demonstram que a sua capacidade de diferenciação seja limitada e que a maioria dos tecidos humanos não podem ser obtidas a partir delas.

Embrionárias, só podem ser encontradas nos embriões humanos e são classificadas como totipotentes ou pluripotentes, dado seu alto poder de diferenciação. Estes embriões descartados (inviáveis para a implantação) podem ser encontrados nas clínicas de reprodução assistida ou podem ser produzidos através da clonagem para fins terapêuticos.


Podem ser obtidas:

- Por Clonagem Terapêutica é a técnica de manipulação genética que fabrica embriões a partir da transferência do núcleo da célula já diferenciada, de um adulto ou de um embrião, para um óvulo sem núcleo. A partir da fusão inicia-se o processo de divisão celular, na primeira fase 16-32 são consideradas células totipotentes. Na segunda fase 32-64 serão células pluripotentes, blastocisto que serão retiradas as células-tronco para diferenciação, in vitro, dos tecidos que se pretende produzir. Nesta fase ainda não existe nenhuma diferenciação dos tecidos ou órgãos que formam o corpo humano e por isso podem ser induzidas para a terapia celular.

- Do Corpo Humano as células-tronco adultas são fabricadas em alguns tecidos do corpo, como a medula óssea, sistema nervoso e epitélio, mas possuem limitação quanto a diferenciação em tecidos do corpo humano.

- De Embriões Descartados (inviáveis para implantação) e Congelados nas clínicas de reprodução assistida


Podem ser utilizadas:


Terapia Celular: tratamento de doenças ou lesões com células-tronco manipuladas em laboratório.


O que é Clonagem Reprodutiva?

É a técnica pela qual se forma uma cópia de um indivíduo. O procedimento basea-se na transferência do núcleo de uma célula diferenciada, adulta ou embrionária, para um óvulo sem núcleo com a implantação do embrião no útero humano. Gêmeos univitelinos são clones naturais.


Principal diferença das técnicas de Clonagem Terapêutica e Reprodutiva

Nas duas situações há transferência de um núcleo de uma célula diferenciada para um óvulo sem núcleo. Mas na técnica de clonagem para fins terapêuticos as células são multiplicadas em laboratório para formar tecidos específicos e nunca são implantados em um útero.


Vantagens e limitações da Clonagem Terapêutica para a obtenção de células-tronco

A principal vantagem dessa técnica é a fabricação de células pluripotentes, potencialmente capazes de produzir qualquer tecido em laboratório, o que poderá permitir o tratamento de doenças cardíacas, doença de Alzheimer, Parkinson, câncer, além da reconstituição de medula óssea, de tecidos queimados ou tecidos destruídos etc, sem o risco da rejeição, caso o doador seja o próprio beneficiado com a técnica. Mas a principal limitação é que no caso de doenças genéticas, o doador não pode ser a própria pessoa porque todas as suas células têm o mesmo defeito genético.

A clonagem para fins terapêuticos não pode reproduzir seres humanos, porque nunca haverá implantação no útero. As células são multiplicadas em laboratório até a fase de blastocisto, 32-64 células, sendo a partir desse estágio manipuladas para formação de determinados tecidos. Além disso, nessa fase o pré-embrião é constituído por um aglomerado de células que ainda não tem sistema nervoso.

Drª Mayana Zatz
Médica Geneticista da USP


terça-feira, 17 de abril de 2012

Depoimento cedido pelo cirurgião dentista DrºAntônio Amâncio Barbosa
Graduado pela Universidade Federal da Bahia - UFBA
Especialização em Prótese Dentária - ABO/ Ssa
Especialização em Implantodontia - ABO/ Vca
Membro da equipe de professores do curso de Implantodontia - ABO/ Vca

Células Tronco- A batalha da ciência x religião

Células-tronco – A batalha da ciência x religião


A dura batalha que os cientistas brasileiros têm enfrentado para obter autorização para as pesquisas com células embrionárias pode por em risco o avanço científico no Brasil

Cura para alguns tipos de câncer e doenças degenerativas; possibilidade de que pessoas com lesões na coluna e paraplégicas possam voltar a andar, cura para o mal de Alzheimer. Tudo isso pode parecer impossível à primeira vista, mas é no que muitos estudiosos e cientistas apostam conseguir com o avanço das pesquisas com as chamadas células-tronco

Células-tronco extraídas de embriões poderiam ser chamadas de coringas, células totalmente neutras capazes de se transformar em qualquer tipo de célula do corpo. São células sem características que as diferenciam de outras como as de músculo, por exemplo. É justamente essa característica que chamou a atenção dos cientistas e impulsionou a luta pelo avanço nas pesquisas. É ai onde começa a briga dos pesquisadores, obter espaço dentro da lei para manipular embriões em busca de células-tronco e fazer experiências que possam determinar o efeito que elas teriam em tecidos lesionados. E é também onde começa também – o que muitos chamam – de questão ética. É certo manipular um embrião humano para fins de pesquisa?

Existem dois tipos de células-tronco: as adultas, extraídas de tecidos maduros como o sangue, do cordão umbilical e da medula óssea (retirada da bacia); e as crianças, retiradas de embriões. As células adultas são mais especializadas e dão origem a apenas alguns dos tecidos do corpo. As células-tronco embrionárias tem se mostrado capazes de transformar-se em qualquer tecido do corpo, se colocada num fígado, se transformará numa célula de fígado, por exemplo. O problema, é que para extrair a célula-tronco, o embrião é destruído. Essa é chave da questão que têm levantado debates não só na comunidade científica, mas principalmente nos setores religiosos.

Segundo os geneticistas defensores da pesquisa, seriam usados apenas embriões descartados pelas clínicas de fertilização e que, mesmo se implantados no útero da doadora, ou de outra mulher, dificilmente resultariam numa gravidez. Ou seja, seriam embriões que provavelmente nunca se desenvolveriam e seriam descartados.

Para os grupos religiosos contrários às pesquisas com o uso de células-tronco embrionárias, esse processo poderia ser considerado um assassinato; já que eles consideram que a vida começa no momento da concepção.

As opiniões se dividem até mesmo dentro da igreja católica – maior opositora da aprovação das pesquisas. Muitos fiéis acreditam que o avanço da ciência nessa área é necessário para que muitas pessoas possam ter acesso à cura. É o caso do professor de biologia aposentado, Jorge Yossef Nadin, católico praticante membro da ordem de Vincentinos. Para ele, devem-se aproveitar embriões que não podem gerar vidas para se achar a cura para doenças que antes pareciam impossíveis de serem curadas. Em sua opinião,“Deus deu ao homem inteligência para melhorar Sua criação.”

Estava marcada para o último dia 5 de março, a votação que aprovaria o projeto de lei de Biossegurança (PL 2401/03) no Tribunal Superior Federal. A lei prevê – entre outras questões – permissão para que os cientistas brasileiros usem em suas pesquisas, células-tronco de embriões humanos congelados há mais de três anos, o que hoje é proibido no país.

Depois de um voto emocionado do ministro e relator do caso, Carlos Ayres Britto, o julgamento foi adiado por tempo indeterminado. Isso porque, através de uma manobra jurídica o ministro Carlos Alberto Direito usou de um instrumento legítimo que permite que ele tenha mais trinta dias para revisar o processo, é o pedido de vista. O problema é que a manobra do ministro pode ter adiado por meses, ou até anos, a votação do projeto de lei, já que o STF tem inúmeros processos na mesma situação aguardando uma decisão do tribunal.

Para alguns, a atitude do ministro Carlos Alberto em não votar contra o projeto, e sim fazer o pedido de vista, põe em cheque o poder que as entidades religiosas – sobretudo a igreja católica – têm sobre a legislação. O ministro é membro da União dos Juristas Católicos do Rio de Janeiro, e segue, portanto, o compromisso de defender a vida humana desde a concepção até a morte natural. Para o advogado Jabs Crês, que desaprova a atitude tomada pelo ministro, o Brasil não pode ter nenhuma restrição de cunho religioso em sua legislação.

A Lei de Biossegurança foi aprovada por 96% dos senadores depois de um longo debate. Em seguida, foi sancionada pelo presidente Lula. A demora da aprovação no STF pode significar a exclusão do Brasil entre os países que avançam nas pesquisas; e conseqüentemente demora na chegada da cura – caso ela seja comprovada – aos pacientes brasileiros.

Enquanto o Brasil ainda discute sobre a aprovação da Lei de Biossegurança, nos EUA já foram concedidas 57 patentes que envolvem células-tronco embrionárias humanas. Três empresas que já financiam as pesquisas há algum tempo, já obtiveram bons resultados em testes com animais e devem começar a testar terapias em humanos ainda este ano.

Infelizmente aqui no Brasil, enquanto leis sobre as pesquisas continuam indefinidas, sobram apenas esperanças de que o avanço das doenças siga um ritmo parecido com o adotado por nossos governantes.

domingo, 15 de abril de 2012

Utilização de células-tronco em Odontologia uma realidade bem próxima


Ex-discente da Associação Caruaruense de Ensino Superior, o Dr. Carlos Augusto Barbosa é um dos principais pesquisadores brasileiros na área
Bira Nunes / Assecom Asces

O pesquisador apresentou sua palestra sobre a utilização de células-tronco em Odontologia
Confira a entrevista do Portal Asces com o pesquisador.
Portal Asces - Quando foi que houve a confirmação da existência de células-tronco dentárias para a comunidade científica?
Dr. Carlos Augusto - Relatos sobre a existência das células tronco na área de odontologia é um pouco antiga, mas o uso destas células que chamávamos de mesenquimais indiferenciadas é bem recente. Sabíamos que existiam células que tinham a capacidade de regeneração. No entanto, o uso delas em específico para a engenharia tecidual vem sendo desenvolvido com mais intensidade a partir da última década, começando, em especial, a partir dos anos 90. Daí em diante, passamos a dominar a tecnologia da extração e de diferenciação, diminuindo os riscos de alterações que poderiam ser causadas pelo uso delas.
Portal Asces - Com a utilização das células-tronco pode haver mudanças no que se acredita em Odontologia?
Dr. Carlos Augusto - Em relação à pesquisa sim, muitos desses estudos ainda não são realidades clínicas. Existem muito mais perspectivas que realidades. Apesar de muitas publicações sobre esses experimentos, eles ainda são muito incipientes, então, quando falamos de células-tronco e tecidos dentários formados é muito mais perspectivas e potencialidades da utilização da técnica do que da realidade clínica.
Portal Asces - Qual é o grande desafio científico na utilização da engenharia tecidual?
Dr. Carlos Augusto - Formar um dente e ter sua utilização completa, no quesito de como vamos modular os processos biológicos e dar uma forma a esta estrutura. Já conseguimos formar isoladamente os tecidos, mas ainda não conseguimos fazer com que em conjunto eles (os tecidos) se comportem como um dente. Os estudos tendem a caminhar para a descoberta de um arcabouço ou uma estrutura sobre a qual esses tecidos sejam colocados e seja formada uma estrutura dentária com fins de utilização.

Portal Asces - Com o ritmo que estas pesquisas estão sendo feitas, em quanto tempo será possível a utilização dessa tecnologia?
Dr. Carlos Augusto - Acredito que em até uma década teremos grandes avanços nesse tipo de tecnologia e nesse sentido. Já conseguimos fazer os tecidos, com as tecnologias disponíveis, que ainda estão um pouco aquém das necessidades. Com o avanço da tecnologia, acredito, que muito em breve, estaremos usando estruturas dentárias adequadas advindas de processos com células-tronco para o uso de procedimentos em dentística e processos restauradores.
Portal Asces - Quais seriam as principais perspectivas da utilização de células-tronco na odontologia?
Dr. Carlos Augusto - Acredito que seria na relação de implantes, e grandes perdas ósseas. Traumatismos, tratamentos de doenças, osteoporose, etc. a tecnologia para isso.

Portal Asces - Quais os principais desafios e obstáculos para as pesquisas na área?
Dr. Carlos Augusto - Em primeiro, estão sempre as questões éticas. As fontes dessas células e como se devem caminhar os procedimentos. Em segundo, estão os problemas com a tecnologia. Você dispor de estrutura de tecnologia adequada, que inclui laboratórios, profissionais técnicos qualificados, tudo isso é importante ao trabalhar com células-tronco e por fim as mutações. Quando manipulamos células, existe todo um cuidado com todos os processos mutantes, ou de como vamos impedir que estas mutações venham a trazer muito mais prejuízos do que benefícios.
Portal Asces - O Brasil tem estrutura para se desenvolver e continuar liderando as pesquisas na área?
Dr. Carlos Augusto - Especialmente nos últimos três anos, as Agências de apoio e fomento à pesquisa que subsidiam esse tipo de pesquisa, têm investido bastante na qualificação e na liberação de recursos para a área. Estamos numa condição muito boa em relação ao cenário internacional. Não existe uma grande defasagem em relação aos países mais desenvolvidos, temos muitos pesquisadores brasileiros escrevendo publicações em genética no exterior. Acredito que com a seqüência de investimentos que estamos observando, até mesmo do CNPq, a tendência é que consigamos um padrão internacional muito importante para o desenvolvimento da pesquisa brasileira.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Sangue Menstrual é boa fonte de células tronco

Médicos do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), em parceria com o Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), conseguiram transformar células do sangue menstrual em células-tronco capazes de se comportar como embrionárias – ou seja, que têm a capacidade de se transformar em diferentes tecidos do corpo e podem ajudar na pesquisa de novos tratamentos.
A descoberta é de um importante avanço nas terapias celulares, que prometem reparar tecidos danificados por doenças ou traumas. O primeiro alvo dos pesquisadores serão as células do músculo cardíaco de pacientes com uma arritmia cardíaca rara, a síndrome do QT longo, sujeitas à morte súbita. As células obtidas pelos brasileiros são chamadas pluripotentes induzidas (iPS) – reprogramadas para terem as mesmas características das células embrionárias.
Em sua primeira tentativa, os médicos usarão o sangue menstrual de mãe e filha com QT. “Com as células induzidas, vamos reproduzir a doença de mãe e filha ‘in vitro’ e estudar as atividades elétricas. Isso permitirá entender o comportamento anormal das células e testar novas drogas que corrijam o distúrbio”, diz o pesquisador Antonio Carlos Campos de Carvalho, coordenador de ensino e pesquisa do INC.

Os resultados do estudo serão publicados na revista científica Cell Transplantation. Segundo Carvalho, a descoberta de que o sangue menstrual teria células possíveis de serem reprogramadas ocorreu no laboratório da UFRJ e surgiu da ideia de que o útero sofre uma renovação celular acentuada – o que sugere a plasticidade maior das células por causa da alta taxa de renovação. Na ocasião, foram coletadas amostras de sangue menstrual de cinco mulheres saudáveis.

No sangue menstrual os pesquisadores encontraram um tipo de célula considerada a célula do futuro pela medicina, pela alta capacidade de transformação em tecidos do corpo: as células mesenquimais. “De fato, encontramos células mesenquimais, que são raríssimas no sangue periférico (do braço, por exemplo)”, afirma Carvalho.
A pesquisadora Regina Goldenberg, da UFRJ, percebeu que, em comparação a outros tipos de células, as mesenquimais eram “convencidas” mais facilmente a se comportar como células-tronco embrionárias. Assim, o procedimento para torná-las células de pluripotência induzida era mais simples. A técnica é especialmente promissora para as mulheres, que fornecem as células reprogramadas. “Homens também se beneficiarão indiretamente, caso os genes sejam parecidos com os de uma parente que se submeteu à técnica”, diz ela.
Carvalho afirma que, em relação às células cardíacas, o método tem duas vantagens principais: não é invasivo, evitando a biópsia do coração das pacientes para coletar células; e é mais rápido do que o método atual – que se dá por meio da coleta de fibroblastos (um pequeno recorte) da pele. “Pelo sangue menstrual, as colônias de células começam a se formar a partir do 10.º dia. Já pelos fibroblastos, demora cerca de 30 dias.”

Segundo Carvalho, apesar dos resultados positivos com as células do sangue menstrual, os pesquisadores ainda não conseguiram saber qual a quantidade necessária de sangue, nem atribuir a melhor idade para a coleta. A pesquisa ainda não está focando no uso terapêutico dessas células (aplicá-las direto no coração das pacientes), especialmente por se tratar de uma doença genética. Mas os cientistas já sonham com o dia em que as iPS poderão ser usadas em terapias

terça-feira, 10 de abril de 2012

Japoneses conseguem fazer crescer dentes em ratos

Pesquisadores japoneses conseguiram fazer crescer dentes em ratos adultos implantando uma espécie de semente resultante de bioengenharia na manbíbula dos roedores, uma técnica que consideram possível de realizar em outros órgãos.

Pesquisadores japoneses conseguiram fazer crescer dentes em ratos adultos implantando uma espécie de semente resultante de bioengenharia na manbíbula dos roedores, uma técnica que consideram possível de realizar em outros órgãos, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira no Proceedings of the National Academy of Science (PNAS).

Até o momento, os biólogos controlavam uma tecnologia que permitia cultivar em laboratório certos tecidos que poderiam, em seguida, ser transplantados para animais.

Mas esses pesquisadores, sob a direção do professor Etsuko Ikeda, do Departamento de Biologia da Universidade de Ciências de Tóquio, foram mais longe na terapia regenerativa conseguindo criar in vitro uma 'semente de dente' e implantá-la na mandíbula de um rato de laboratório.

Funcionando como uma semente, esta 'semente' contém toda a informação genética necessária para o crescimento de um dente.

Depois da perda dos dentes de leite e depois de nascido o dente adulto, um novo dente pode crescer pela terceira vez consecutiva no mesmo alveólo. Os pesquisadores repetiram a operação várias vezes com êxito, segundo os trabalhos.

A estrutura e a solidez dos novos dentes são comparáveis com a dos dentes naturais, e foram desenvolvidos nervos que respondem ao estímulo da dor, segundo os pesquisadores."Esses trabalhos oferecem pela primeira vez a prova da substituição em um corpo adulto de um órgão completo e que funciona perfeitamente graças ao transplante de um germe reconstituído por manipulação celular in vitro", enfatizou Takashi Tsuji, um dos autores do etudo.

fonte:(http://pt.kioskea.net/news/11595-japoneses-conseguem-fazer-crescer-dentes-em-ratos)

o que são as células tronco?

As células-tronco, células-mães ou células estaminais são células que possuem a melhor capacidade de se dividir dando origem a células semelhantes às progenitoras.

As células-tronco de embriões têm ainda a capacidade de se transformar, num processo também conhecido por diferenciação celular, em outros tecidos do corpo, como ossos, nervos, músculos e sangue. Devido a essa característica, as células-tronco são importantes, principalmente na aplicação terapêutica, sendo potencialmente úteis em terapias de combate a doenças cardiovasculares,neurodegenerativas, Diabetes mellitus tipo 1, acidentes vasculares cerebrais, doenças hematológicas, traumas na medula espinhal e nefropatias.